Robô autônomo é atropelado e "morto" por carro sem motorista da Tesla

O incidente levantou a questão: de quem é a responsabilidade dos danos causados por robôs e/ou Inteligência Artificial?

há 5 anos

No que é provavelmente a notícia mais futurista de todos os tempos, um carro autônomo sem motorista da Tesla atropelou um robô também autônomo, causando o “falecimento” da vítima informatizada.

O incidente aconteceu na Paradise Road, em Las Vegas, nos EUA, na noite de domingo retrasado (6 de janeiro).

De onde veio o robô?

Engenheiros transportavam vários robôs para uma exibição do CES (Consumer Electronics Show), uma feira anual que se anuncia como “palco global de inovações”, introduzindo tecnologia de última geração no mercado.

O atropelado era o modelo v4 de uma empresa chamada Promobot, parte de uma coleção de “robôs autônomos projetados para fins comerciais” alugáveis por US$ 2.000 por dia (cerca de R$ 7.420, no câmbio atual).

Esse tipo de máquina é supostamente capaz de se comunicar com pessoas sobre qualquer assunto, reconhecer rostos, responder perguntas, mover-se, evitar obstáculos, movimentar os braços e a cabeça, mostrar vários materiais em sua tela e integrar-se a outros dispositivos e sistemas.

Segundo a Promobot, pode executar funções de administrador, promotor, recepcionista, guia de museus, consultor, concierge e mais.

O acidente

Após a colisão de domingo, a Promobot afirmou que uma de suas criações havia sido “morta” por volta das 19h, quando o robô saiu da feira e entrou na pista do estacionamento local, onde foi atingido por um Tesla.

O carro estava operando de modo autônomo, embora houvesse um passageiro a bordo. O veículo dirigiu por mais 50 metros após o acidente, antes de finalmente parar.

“Não havia ninguém lá, nem homens, nem carros. Eu troquei o Tesla para o modo autônomo e ele começou a se mover. E uau! Um robô na pista! Eu pensei que ele viraria, mas bateu diretamente nele! Eu sinto muito, o robô parece fofo. Minhas sinceras desculpas aos engenheiros”, contou o passageiro da Tesla, George Caldera.

Algumas pessoas acreditam que a cena foi um golpe de publicidade da empresa, embora seja improvável que Elon Musk soubesse de alguma coisa – afinal, o incidente certamente não promove a segurança dos seus carros autônomos.

Não deve ser o caso, no entanto, uma vez que a própria Promobot não ficou feliz com os danos sérios, provavelmente irreparáveis, ao seu robô. “Claro que estamos aborrecidos. Nós trouxemos este robô aqui da Filadélfia para participar do CES. Agora não pode participar do evento, nem ser recuperado. Nós conduziremos uma investigação interna e descobriremos porque o robô foi para a estrada”, explicou Oleg Kivokurtsev, diretor de desenvolvimento da companhia.

Fonte: Hypscience

As perguntas que ficam no âmbito jurídico: de quem é a responsabilidade pelo acidente? Qual a norma aplicável? É possível o próprio dono dos "produtos" (caso o robô fosse de outro proprietário que não a própria empresa) pleitear reparação por mau funcionamento destes?

O fato é que esse assunto ainda dará muito "pano pra manga"...

Autor: Kayki Novais

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